“Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem você atinge seu coração. ” Nelson Mandela
Trabalhar com tributos, no Brasil, significa ter que estudar assuntos que já são complexos na língua de Camões. Ainda assim, não é raro ter que explicar aberrações da legislação ou da jurisprudência brasileira, no idioma de Shakespeare, para interlocutores do exterior. E isso é normal! Para além das multinacionais, é bastante comum que companhias abertas tenham acionistas estrangeiros, que por sua vez, tenham lá suas dúvidas sobre algumas jabuticabas tributárias brasileiras, como substituição tributária, três ou quatro impostos sobre o valor agregado, dois diferentes tributos sobre a renda, diferencial de alíquota, entre outros pontos. Se mais não fosse, não é raro que se faça necessário explicar também alguns regramentos à área comercial, de compras ou tesouraria. Neste sentido, comunicar-se bem, com foco na audiência, parece ser aquilo que poderíamos chamar de “boa prática”. Exemplo: é evidente que, para tributaristas, imunidade não é a mesma coisa que isenção, nem alíquota zero, tampouco suspensão. Mas a questão é: para alguém de outra área, faz algum sentido explicar estas diferenças? Faz sentido dizer que uma coisa está prevista na Constituição Federal e outra no Código Tributário Nacional? O pragmatismo deles geralmente é bem resolvido com uma resposta mais contundente sobre se paga ou não paga imposto, se dá ou se não dá pra fazer uma determinada operação. E se não der, prepare-se para ser criativo e ter repertório suficiente para propor alternativas, que tornem a operação viável e em compliance. Simplesmente dizer não, também não basta mais.